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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Hellvetica - uhul!

Fiiinalmente nossa calourada vai sair! E pelo que parece, vai ser ótima! Tem até cartaz!! Tá pensando o que?? =P (cliquem no cartaz que ele amplia e dá pra ler tudo direitinho!) 



domingo, 5 de junho de 2011

Utilidade Pública! (para os alunos da UFMG)

Hey, gente! Não só de posts legais e divertidos vive o blog! Vou falar de coisa séria aqui também... Acho que os calouros podem estar bem desinformados sobre isto, aliás. Mas o caso é que o CADE (Centro Acadêmico de Design) está super ativo e coisa e tal! Nossas reuniões têm acontecido todas as segundas-feiras às 18h no DA da EA. Pra quem não sabe, as reuniões são abertas, ou seja, qualquer um pode chegar lá e participar! Enfim, este post é pra convocar todos vocês para a próxima reunião (06/06), pois esta será muito importante! O DA está montando a chapa para novas eleições e nós, alunos do design, precisamos indicar alguns alunos para nos representarem junto a escola. As cadeiras que devemos preencher são as seguintes:


Departamento PRJ: 1 Suplente
Departamento TAU: 1 Titular e 1 suplente
Departamento ACR: 1 Titular (o Lucas Kroeff, calouro, se disponibilizou pra ser)
Biblioteca: 1 Suplente
Congregação: 1 Titular e 1 suplente
Colegiado: 2 titulares e 2 suplentes 


Na reunião discutiremos o papel de cada um desses alunos e faremos as indicações, lembrando que isso é algo de importância ENORME pra nós que participamos da construção do nosso curso, certo?

Além dessa pauta de representantes e coisa e tal nossa reunião contará com a discussão de um assunto muito sério que diz respeito a todos também: o andamento do percurso de Design Gráfico do nosso curso. Aposto que todos estão por dentro do descontentamento dos alunos do 5º período quanto ao andamento dessa disciplina e sei que o problema não é só dos alunos da 1º turma, todos aqueles que se interessam pelo gráfico, desde os primeiros períodos, não se sentem bem orientados... Sendo assim, estamos propondo uma discussão aberta sobre quais medidas podemos tomar para não deixar que as coisas continuem como estão. É muito importante que mais alunos e não só os membros do CADE estejam presentes! Nós queremos ouvir o que vocês têm a dizer! Certo?

Contamos com a presença de vocês!

OBS: coleguinhas que não são da UFMG, desculpem esses momentos de conteúdo interno, mas vocês entendem que isso é importante para nós, né? ;) Segunda-feira voltamos com nossa programação normal!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Pic-nic e Feira de Design - Mostra de Design 2011

Hey, galera!! A Mostra de Design tá chegando ao fim... e com o fim chega o dia do Pic-Nic e da Feira de Design que a gente tanto gosta! =)


Ainda tem mais notícias por aqui das coisas que aconteceram, a gente tá um pouco fora do ar, mas é que estamos passando por algumas mudanças (muito boas, aguardem novidades!!), então tá tudo meio devagar por aqui! Enfim, ainda tem o resultado do concurso de cartazes pra gente mostrar por aqui (uhul, teve coleguinha nosso levando o prêmio!!) e muito mais!

quarta-feira, 16 de março de 2011

1º Encontro do Centro Acadêmico do Design UFMG

Olá, pessoas!

Vou fazer um convite irresistível pra vocês! Amanhã (sim, é de última hora, mas é lindo!) vai acontecer o primeiro evento realizado pelo nosso Centro Acadêmico! Pra receber muito bem nossos calouros e também voltar às aulas com força total, nós do C.A. pensamos em criar esse encontro com o objetivo de trazer profissionais da área do design para termos uma conversa sobre: mercado de trabalho, metodologia aplicada na vida real e esclarecer um tanto de dúvidas que sempre temos em relação a atuação do designer.


Estão todos convidados!
A Escola de Arquitetura fica na Rua Paraíba, 697 - Funcionários. A entrada é pela Gonçalves Dias.


Créditos do cartaz para nosso colega Lucas Vilela. ;)

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Estúdio Orbi Design

Olá, pessoas!

O blog andou meio paradinho nesse mês de janeiro, porém estamos voltando com tudo!
E pra começar essa nova fase do blog, nada mais legal que falar sobre gente da gente! (oi, brega!) haha!

Enfim, uma das funções do nosso blog é divulgar os trabalhos que estão sendo feitos por nós, alunos do curso! Não só dentro da universidade, mas também trabalhos pessoais ou profissionais!

Inaugurando oficialmente essa "seção" vou apresentar para todos o mais novo estúdio gráfico de BH: o
Orbi Design!! O estúdio é criação dos alunos do 4º período Rubens Rangel e Matheus Faria. Segundo nossos colegas, ainda estão no início do trabalho, porém já conquistaram alguns parceiros e clientes. Possuem como intuito a produção de trabalhos "à luz da pesquisa, do diálogo, da criatividade e da inovação" (palavras do nosso colega Rubens).

E não é que eles estão com tudo? O
site do estúdio já está pronto! Lá vocês podem ter acesso aos trabalhos que se dividem nas categorias: logos, esditoriais, livros, sites e ilustrações. Entrem e confiram!

Mas é claro que eu não ia deixar de mostrar alguns desses trabalhos por aqui:




quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O Mito do Gênio Solitário

Vi esta parte no livro "A Arte da Inovação" de Tom Kelley.
Se isso é um recado para alguém, que seja para todos os designers ou quem almeja ser um.

"Se você não confia no poder do trabalho em equipe, pense no fato de que mesmo o inventor mais conceituado é, em geral, uma equipe disfarçada. Em apenas seis anos, por exemplo, Thomas Edison gerou o número surpreendente de 400 patentes, produzindo inovações no telégrafo, no telefone, no fonógrafo e na lâmpada – com a ajuda de uma equipe de 14 homens. Como Francis Jehl, assistente de longa data de Edison, explicou: “Edison, na realidade, é um nome coletivo e significa o trabalho de muitos homens.” Até Michelangelo não poderia ter pintado a Capela Sistina sem a ajuda de uma equipe de artesãos. O prolífico artista moderno Keith Haring não só arregimentou ajuda em muitos de seus projetos grandes, mas também começou criando obras de arte em colaboração com literalmente centenas de crianças em idade escolar.
Na IDEO(maior empresa de design que ta tendo), acreditamos que o mito de um gênio solitário pode, na verdade atrapalhar os esforços de inovação e criatividade de uma empresa. Depois de termos nos encontrado pessoalmente com dezenas de inventores da vida real, sinto-me na obrigação de informar que a maioria deles não tem muita coisa a nos ensinar sobre a aplicação do processo criativo aos negócios. Um número bastante grande de inventores que conheci sofrem de um tipo de paranóia autolimitadora.  Querem ajudar com suas invenções mas não se sentem inteiramente dispostos a revelá-las. Não têm muita certeza de poder confiar a nós seu precioso segredo e preocupam-se que qualquer sócio potencial venha a tirar vantagem deles. Portanto, voltam à segurança de suas garagens e porões e nada jamais acontece.
Muitas vezes, isso também se aplica ao gênio solitário dentro das empresas. Descobrimos que os solitários ficam presos à sua idéia que relutam em expressá-la, e muito menos permitem que seja testada e aperfeiçoada. Eles pensam mais como indivíduos do que como membros de uma equipe. E, infelizmente, seus projetos sofrem com isso."

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Momento ácido!

Estudando onde estudamos, um curso novo, super fora do normal... UAU! Muito moderno! Não existe limites entre as áreas do design! Sou só eu, ou mais alguém sente que é forçado a entrar numa caixa e lá ficar?





Enfim, vídeo crítica a parte, gostaria de instigar em vocês algo que tem sido levantado por mim mesma nesse meu cérebro cheeeeio de minhocas! Estou super autoral nesses últimos posts, quem não gosta, me desculpe, mas, no geral, tento nunca nem falar em primeira pessoa! Enfim, depois de alguns acontecimentos dentro da UFMG, comecei a me indagar sobre como o curso tem acontecido. Sobre o andamento mesmo! Sobre como somos cobrados pelos professores, sobre o que eles querem de nós, sobre os temas propostos pelos trabalhos que devemos fazer, sobre a maneira que somos avaliados, sobre toda a hierarquia e verticalidade de poderes, sobre a metodologia que somos obrigados a usar... 
Daí, eu e meu vício pela internet me levou a um vídeo (é velho, eu sei), que, particularmente, considerei FODA! E, desculpe os palavrões que tenho dito por aqui, acho que nossos professores deveriam assistir! Acho que deveriam, além de assistir, conseguir entender um pouquinho do que acontece no mundo! Entender um pouquinho do que somos nós! Entender as evoluções do mundo e tentar pensar na seguinte questão: o design tem evoluído na mesma velocidade? O design que estão nos ensinando soluciona o problema desses novos usuários? Usuário, usuário, NÓS alunos somos usuários de um curso... que não sei vocês, não tem correspondido as minhas expectativas... em vários sentidos! 
Acho que todos vocês deveriam assistir! E refletir... sim, reflitão! (se você não mexe o suficiente na internet e não entende que "reflitão" é uma expressão usada, de português INCORRETO, mas é de propósito, ok?) Vocês, aluno de design da federal, tá entendendo???? Sabe o "tirar a bunda gorda da cadeira" e fazer algo faz sentido pra vocês? Não posso falar muito aqui, eu sei, então, espero que vocês tenham a esperteza de entender, sem eu precisar usar todo meu vocabulário ácido, o que eu quis dizer com esse próximo vídeo, e com o primeiro também, por favor! Acredito no potencial de vocês: (precisa nem falar pra assistir em tela cheia, neah?)




Esse vídeo foi feio pela Box1824, uma empresa de pesquisa especializada em tendências e comportamento! Sério, pensem um pouquinho e entendam o que eu quero dizer com tudo isso! Amém!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Toys dos designers!


Já ouviu falar em paper toy? Trata-se de uma forma super diferente de estudar planificação e ao mesmo tempo exercitar a criatividade,criando versões divertidas de alguma coisa em papel. 
Os alunos do 3° período de Design da UFMG criaram essas versões caricatas de si mesmos no primeiro semestre desse ano sob a orientação do professor 'Low' na disciplina 'Desenho Técnico 1'. 
Nesse trabalho valeu a criatividade. Diferentes tipos de papel, do sulfite ao couché e acredite, até paraná foram usados. Os acessórios também foram surpreendentes, utilizando variados tipos de materiais, suportes e formatos.



Postado por: João Füzessy

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Design Emocional, Design e Emoção



Porque as pessoas escolhem produtos funcionalmente piores?

Por que as pessoas se apegam a determinados objetos mesmo que estes não sejam os melhores?

Como a estética dos produtos influencia a escolha dos indivíduos, e como isso pode ser utilizado para criar produtos melhores?

A resposta seria o Design Emocional: A relação ou estudo emocional entre os usuários e os produtos.
Os objetivos deste estudo são, dentro do campo do design, as diversas abordagens utilizadas para estudar este fenômeno.

Um dos principais estudiosos sobre Design e Emoção no Brasil é o Itiro Iida, que ja escreveu diversos artigos sobre o assunto.

“Hoje já se fala que todos os produtos com os quais mantemos contato, provocam algum tipo de emoção.
A emoção desempenha um papel importante na decisão das pessoas. Assim, na escolha de um determinado produto, como um telefone celular, há um forte componente emocional. “(...) “Eles descobriram que o fator emocional exerce uma forte influência na decisão de compra e isso pode ser até mais forte que outros fatores tradicionais, como a funcionalidade e preço. Tendo reconhecido a importância do fator emocional, muitos pesquisadores, começaram a desenvolver nos últimos anos, métodos e técnicas para incorporá-lo no projeto de produtos.”                      -  Transversalidade, Artigo: Conexão Emocional no Design, pagina 33( Itiro Iida, Tiago Barros, Mauricio Sarmet ). 
 

Vamos exemplificar tudo isso:
Vejam estes 3 produtos:
Uma caneta Bic, uma Escola de Dentes da Colgate, um Relógio da Dior.






Abaixo temos um Quadro de análise de Personalidade destes produtos. Que representa a média das opiniões dos usuários acerca do conceito/ produto.





Duvidas? Se interessou?

sábado, 4 de setembro de 2010

Das coisas que não sabemos definir!

Além da longuíssima discussão sobre o que é design, o que não é, o que tenta ser, blábláblá, existe (???) outra longuíssima discussão sobre o que "vem a ser" ARQUITETURA! É, colega designer que se achava misterioso e coisa e tal! Nossos coleguinhas arquitetos também vivem essa lamúria, diria que, talvez, menos problemática (desculpe aí se é tão problemática quanto ou até mais!). Explicando melhor: conceituar, definir o que é design é uma tarefa árdua! Mas, isso é história pra outro post, que aliás, está sendo preparado! AFINAL, O QUE É DESIGN?

Enfim, sem mais delongas, dia desses aí uma coleguinha nossa me passou um texto que não sei nem dar um adjetivo! Peculiar? Engraçado? O que mais me agrada é "ácido"! Então, pra mim, é um texto ácido!



O texto é grande, grandinho mesmo, mas garanto que vale cada segundo de tempo gasto pra lê-lo! Se tiverem com disposição pra rir, se divertir com boa leitura, fazer cara de blasé, fazer cara de desentendido, concordar com a cabeça, se identificar, gesticular as mãos como se tivessem falando com o próprio autor, LEIAM:

"Definições incertas: arquitetura" do nosso professor Low (Wellington Cançado)



"Para o consenso, a arquitetura é o invólucro que nos protege das intempéries naturais e nos abriga. É o clichê romântico da cabana rústica e até da caverna primitiva, imagem de uma convivência harmônica e limpa com a natureza (sem lixo, esgoto e outros males da civilização), hoje atualizada nas versões mais “modernas” dos loteamentos suburbanos, nos refúgios rurais eresorts litorâneos.

Para o filósofo, a arquitetura se manifesta quando percebemos os limites e as barreiras materiais que nos são impostos, e que nos imputamos voluntariamente também: grades, muros, fincos, fossos, cercas, paredes, degraus etc. Tudo aquilo que ao invés de permitir, impede. Talvez o exemplo mais radical desse estado crítico e puro da arquitetura sejam os presídios e seus espaços e dispositivos de controle. O que não quer dizer que essa estratégia de imobilização não esteja por toda parte.

Para os presos, arquitetura é punição. Mesmo que seja cada vez menos imobilização. É que na era do celular, as barreiras físicas não mais impedem as ações coordenadas e o contato com o exterior. E é por isso que a arquitetura tem que ser cada vez mais cruel, para castigar e oprimir, já que não há mais isolamento. É uma crueldade paradoxalmente sofisticada, toda em concreto aparente, paredes duplas e espaços amplos. Mas tudo bem, o filósofo ainda pode ser citado, só é preciso refletir sobre o que a Europa de décadas atrás pode ensinar a São Paulo desses tempos.

Para o artista, aquele mais antenado com as “questões da arte contemporânea”, a arquitetura é um objetivo a ser atingido e uma novidade (não tão nova) a ser encarada. Difícil encontrar um artista que não esteja “profundamente interessado na arquitetura”, não como objeto de estudo, mas pelo seu caráter construtivo e como “campo expandido” (hoje entendido literalmente como vacas espalhadas pela cidade?!). O que a maioria parece não entender, e isso é bastante fácil de observar nas persistentes “instalações” que pululam por toda parte, é que não há arquitetura sem a rotina dos habitantes reais. Será que o mundo anda tão fictício que até a arte precisa se aproximar do real?

Para o professor, imbuído de sua tarefa de formar arquitetos sensíveis, a arquitetura é um campo aberto de possibilidades de experimentações corpóreas e sinestésicas que devem ser sentidas e potencializadas no espaço por cada mínimo detalhe, cada material, cada escolha do aluno. A genealogia dessa ideia, apesar de difícil de rastrear, provavelmente está vinculada à nossa própria formação como consumidores contemporâneos. Afinal, o que somos nós senão colecionadores habituais de novas experiências? Não são o gazebo gourmet, o Bar Acapulco, a piscina hot tub com cascata, o putting green e vários outros espaços que acumulamos em nossos condomínios nada mais do que demandas espaciais para emancipação de nossas fantasias?

Para os corretores de imóveis, arquitetura é oportunidade. “Sollar Emp Imov Casa nas Alamedas pto nobre constr orig terreno 1072 m2 450 m2 de área útil constr 4sls escrit lavabo 4semi-suítes suíte-master closet hidro sala íntima dce sl festa pisc quadra churrasq jardim gar p/8carr toda reformada piso granito pedras S.Tomé tábua corrida portas janelas madeira maciça teto acompanhando beiral externo em lambri R$320Mil acta 50% em imóvel e facilita pagtos Venha conferir! Não perca tempo! 3491-1552 c13976”.

Para os engenheiros e os pragmáticos de plantão, arquitetura é uma palavra que causa arrepios. Sinônimo de frescura, desperdício, complicação, subjetividade, supérfluo e outros palavrões aos ouvidos da racionalidade técnica, arquitetura é a fina casca efêmera que enfeita a audácia da concretude infraestrutural. Mas eles não estão totalmente corretos como imaginam e nem totalmente enganados como gostariam os arquitetos que se irritaram com as linhas acima. Há muito a arquitetura se orgulha de ser o “frufru” da madame, o acessório de gesso que eclipsa a luz e o quadro (daquele artista não antenado) combinando com o sofá branco.

Para os geógrafos, arquitetura é objeto técnico. Não em sua concretude como para os engenheiros, nem como objeto de troca como para os corretores, mas um pouco dos dois. Elemento de uma paisagem maior, como “vestígio das ações” humanas, mas também de uma (des)territorialidade conformada pelos fluxos de valor. Talvez os geógrafos desprezem a arquitetura pela sua pequenez e pelo seu excesso de subjetividade (é, eles também tem problemas com isso!). Talvez por trabalharem cientificamente com escalas tão enormes, não tenham tempo para as miudezas intuitivas. Seria inadiável se não fossem as insistentes categorias disciplinares, um encontro entre a arquitetura e a geografia em uma espécie de “pororoca epistemológica”.

Para os economistas, investidores e players globais, arquitetura é um sistema intrincado e dinâmico que rege o funcionamento do capitalismo contemporâneo. A chamada “arquitetura financeira internacional”, apesar do nome pomposo e do otimismo ingênuo com a própria capacidade da arquitetura, pode ser para uns o esquema perverso de manutenção da ordem entre pobres e ricos e, para outros, um lucrativo modo de se fazer dinheiro, principalmente graças à internet. Mas de alguma forma, o preço da couve do almoço de ontem, do ônibus de hoje e a prestação da casa própria de amanhã, dependem dessa arquitetura abstrata e imaterial.

Para os políticos, arquitetura é cosmética eleitoreira: “Linha Verde”, Trincheira Cinza, Praça Amarelo Veneciano, Avenida Marrom-Sanitário. É preciso concordar que tem dado certo. Pelo menos para eles. E o curioso é que são arquiteturas de publicitários, estratégias de “Marketing Territorial”, a mais nova tendência trazida pelas monções globais. Os arquitetos, recebem 0,0001% do valor cobrado pela agência TAL, assinam a marmota e ainda se sentem orgulhosos o suficiente para publicar o trabalho em veículos especializados. Mas a pior parte fica definitivamente para os vizinhos da “benfeitoria”.

Para os leigos (termo pejorativo que os arquitetos usam para desclassificar clientes), arquitetura é algo muito parecido com a engenharia, senão uma subcategoria indefinida desta, razão pelo qual a grande maioria não vê vantagem alguma em sair procurando um escritório de arquitetura se há lojas de engenharia em todos os shoppings, com estacionamento fácil. A diferença é que “arquitetos são sonhadores, idealistas e gostariam de mudar o mundo”. De preferência começando pela pintura das fachadas.

Para os biólogos e ambientalistas, arquitetura é sinal de destruição e devastação. A bem da verdade, a construção civil é mesmo a atividade mais predatória existente sobre o planeta. O que essa verdade não revela é a efetiva participação dos arquitetos nesse processo. Tanto que, cansados de estarem alijados dos lucros da “compulsão construtiva”, estes têm cada vez mais mudado de lado para atuarem como planejadores ambientais, ecodesignerse paisagistas. Talvez esse fenômeno seja sintoma de uma crise maior, de um esgotamento de um modelo de desenvolvimento; talvez seja apenas o desbravamento de mais um nicho: de mercado.

Para historiadores e demais afeiçoados por aquelas fotos sépia dos livros comemorativos, arquitetura é um monumento sólido e estável (hipotética e historicamente). Uma espécie de ruína asséptica de um futuro anacrônico, habitada por moradores no presente. Como pode ser possível isso? A grande batalha travada por voluntariosos preservadores e preservados involuntários se dá exatamente na impossibilidade linguística da noção de patrimônio: para os primeiros, valor coletivo e interesse público inalienável; para os segundos, propriedade privada e aguardada herança a ser repartida logo que findado o inventário da casinha da Vovó.

Para os carros, arquitetura é brutalista. Ou sua nova versão criada não mais pela ideologia da “honestidade dos materiais”, do “trabalho livre” e nem pelos estilismos regionais, mas simplesmente como contenção de gastos. As garagens atuais são a prova cabal que as melhores arquiteturas são produzidas quando não se pretendia fazer arquitetura! Além disso, são os ambientes perfeitos para entender o que significa “interface” (atenção professor!): design gráfico, publicidade, sinalização, engenharia elétrica, hidráulica, impermeabilização, ar-condicionado, sistemas de comunicação e vigilância, sistemas estruturais. Tudo ali, integrado e à mostra, sem pudores.

Para os decoradores, arquitetura é o que se deve ocultar. Portanto, exatamente o oposto de uma garagem contemporânea. Quantas caixas-de-passagem, quantas juntas-de-dilatação, quanta tubulação, quantos fios, quantos motores, quantas placas, quantos hidrômetros devem ser escondidos com toneladas de gesso e MDF?

Para os sociólogos, arquitetura é um instrumento a serviço da exclusão, da segregação e da “luta de classes”. A casa-grande e a senzala, a fábrica e a cidade, o morro e o asfalto são momentos materializados do comportamento das massas humanas no cenário delineado pelas metrópoles (ou simplesmente a leitura que algumas cabeças fizeram desse comportamento?). Arquitetos costumam gostar de comprar livros de sociologia. Será que estes preenchem os espaços vazios das fotografias fantasmagóricas dos livros e revistas de arquitetura? Será que sociólogos escrevem sobre arquitetura coisas que arquitetos não são capazes de escrever? Ou será apenas pelos títulos sugestivos? (alguns ótimos: “Ecologia do medo”, “Modernidade líquida”, “Produzir para viver”, “Cabeça de Porco”).

Para os terroristas e, recentemente, para o PCC, arquitetura é alvo. Sinal que terroristas e bandidos, além de comprar livros de sociologia, os leem.

Para as crianças, arquitetura é grande e colorida. A verdade é que as crianças é que são pequenas. Quando crescem percebem que arquitetura tem sempre as mesmas dimensões: pé-direito de 2,80 metros, bancada a 90 centímetros do chão, etc. Percebem também que com o passar dos anos, o mundo ao seu redor vai se tornando cada vez mais monocromático. Não é o mundo, claro, mas os ambientes que passam a frequentar. Depois do maternal colorido, da puberdade em salas de duas cores (branco e bege, branco e cinza ou branco e verde-água) com mobiliário da cor da roupa dos professores; da adolescência em salas de uma cor esmaecida qualquer, chega a hora da universidade. Tudo igual: tão monótono que a orelha do colega à frente continua sendo mais incisiva do que a aula no PowerPoint.

Para os técnicos empuleirados nos gabinetes oficiais (que o geógrafo-mór chamou de “subalternos”), arquitetura é um emaranhado de parâmetros. Coeficientes, taxas, números, fórmulas, zonas, termos vagos e disfarçadamente precisos para estabelecer quem são os leigos (lembra?) e os especialistas. Mas afinal, não somos todos especialistas em habitar? Se todo esse esforço de abnegados servidores em prol do bem-estar coletivo deveria propiciar uma cidade mais organizada, ensolarada e aerada, a prática revela outra realidade: limitada, melancólica, barulhenta e horrorosa. Será que não seria melhor confiar no bom-senso e nas preferências individuais, ao invés de delegar essa função a alguns poucos mau-humorados?

Para os bichos, a arquitetura pode ser um habitat melhor que a própria natureza. Só para os que sobreviveram, é claro. Duas categorias básicas (criadas por um sábio-sobrinho de 2 anos) englobam toda a diversidade faunística atual: “selvagens e domésticos”. Os selvagens são os pombos, os pardais, as baratas, os ratos, os calangos, os urubus, as moscas, os piolhos, e os vira-latas (que podem ser cães, gatos ou cavalos). São os animais “cor-de-burro-fugido”. Os domésticos se resumem basicamente a uma elite privilegiada: os poodles, os angorás e o canário-belga, todos coloridos (às vezes, artificialmente). Selvagens adoram se infiltrar nos interiores domésticos. Baratas preferem as frestas dos armários da cozinha e pombos encaixam perfeitamente no brise-soleil. Gatos gostam mesmo é de surfar nos telhados remanescentes. Domésticos, quando saem sem escolta, tendem a se dar mal.

Para os mendigos e catadores, arquitetura é sobra. Assim como a comida, a roupa, os objetos que carregam. Coisas largadas, abandonadas e esquecidas por aí. Uma marquise, um degrau, um platô, um nicho. Pequenos esquecimentos do projeto inicial, cavidades ou apêndices que recuam ou avançam para fora do previsto. Nessas situações, a urgência da proteção é tão massacrante que uma mísera lajinha a 5 metros de altura pode ser um abrigo familiar. Assim como o frio é psicológico, arquitetura também deve ser.

Para o porteiro, arquitetura é capsular. Como pode caber tanta coisa dentro daquela guarita? Televisão, cadernetas, pranchetinhas de controle, mochila, jornais, revistas, correspondências, rádio, luminária, interfone que parece uma mesa de som, sem contar a mesa e a cadeira. Isso quando o síndico não deixou a sacola com o edredom para a lavanderia pegar, o outro omicrosystem da tia e o do 4° andar, que está de viagem, a gaiola com o canário-belga. Mas parece que os porteiros não só não se importam (também de que adiantaria se importar?) como agradam bastante do espaço que lhes cabe na hierarquia condominial. É que apesar da economia no dimensionamento das guaritas, a posição é extremamente privilegiada: quem entrou, quem saiu, com quem entrou, com quem saiu... Pequenas distrações de uma rotina atribulada.

Para o síndico, arquitetura é profissão. Afinal, ninguém se preocupa tanto com arquitetura quanto estes obstinados e incompreendidos seres. Verdade que é bem fácil se dedicar à arquitetura com o dinheiro alheio (vide arquitetos). O portão que precisa de pintura nova, o interfone que está obsoleto e pode ser trocado “sem custos adicionais”, as instalações em estado preocupante que exigem a intervenção do martelete, a fachada que descasca e compromete nossa imagem, os móveis coloridos do hall que estãodémodé. A eterna e diária batalha de convencimento de que vale a pena lembrar-se da arquitetura, e fazer algo por ela sem mexer no fundo de reserva, principalmente se você for um feliz proprietário.

Para o entregador de pizza, arquitetura é promenade. O balcão, o salão esfumaçado, barulhento e cheio de gente, a escadaria, o passeio esburacado, a banca que esconde o trânsito e o poste que escora a moto, o cadeado que sempre enguiça. 8 minutos: primeira à direita, segunda à esquerda, quinta à direita de novo. Uma contramão inofensiva, o prédio. Vaga debaixo da árvore e em frente à portaria, o passeio escorregadio (“cuidado!”), o interfone escondido sob a trepadeira, o portão aberto que apita em 3 segundos, o hall com pinturas estranhas e a lâmpada sempre queimada, o elevador que fecha sem avisar, a fórmica bege riscada, o térreo faltando o “t”. 53 segundos até lá em cima. O corredor longo e escuro (“cadê o interruptor?”), o mesmo cretino esperando já com a porta aberta, a luz acesa e o dinheiro na mão (“me convida pra entrar?”).

Para as plantas, arquitetura é fundo. Houve um tempo em que o fundo da arquitetura era o quintal (naquelas fotos sépia), mas hoje os quintais estão extintos e foram substituídos pelas fantásticas garagens. Também quem teria tempo de ficar varrendo terreiro e catando pitangas? É por isso que os corretores de imóveis e construtores inventaram as jardineiras, muito mais práticas e ecológicas pois gastam muito menos terra e água. Essas covas-rasas adequadas para espécies sem raiz, sem cheiro e sem cor, dimensionadas milimetricamente segundo o custo da impermeabilização, são ideais para embelezar e harmonizar o lar, principalmente quando o blecaute, a persiana e a cortina estão simultaneamente abertos.

Para o Houaiss, arquitetura é substantivo feminino. “Arte e técnica de organizar espaços e criar ambientes para abrigar os diversos tipos de atividades humanas, visando também à determinada intenção plástica. Conjunto das obras arquitetônicas executadas em determinado contexto histórico, social ou geográfico. Maneira pela qual são dispostas as partes ou elementos de um edifício ou de uma cidade. Conjunto de princípios, normas, materiais e técnicas usadas para criar o espaço arquitetônico.Derivação, por extensão de sentido:conjunto de princípios e regras que são base de uma instituição, conjunto de elementos que perfazem um todo; estrutura, natureza, organização. Derivação, sentido figurado: boa forma arquitetural, elaboração de um empreendimento futuro; plano, projeto”.

Para o cantor, compositor, escritor e filho do historiador, arquitetura foi uma escolha errada.

Para os turistas, arquitetura é o que está no início e no fim dos traslados: atrações e hotéis. Atrações são construções históricas, igrejas, fortes, faróis, monumentos, centros culturais e museus. São basicamente aqueles espaços que os moradores locais nunca entraram e não têm costume de frequentar, mas adoram ficar de fora rindo dos trajes e da brancura dos visitantes. Os hotéis são aqueles prédios cada vez mais parecidos com os condomínios habitados pelos visitantes (ou será o contrário?). “EM QUALQUER LUGAR, SINTA-SE EM CASA”. Hotéis podem ser “de luxo, para casais, agradáveis, golfe, resorts, hotéis com spa, hotéis-fazenda, aceitam animais, com canil e para crianças”. As atrações são classificadas por estrelas: quatro estrelas, não deixe de ir; três estrelas, muito interessante; duas estrelas, interessante; uma estrela, de algum interesse. Os hotéis são classificados pelo conforto: luxo, muito confortável, confortável, médio conforto, simples. Aquelas atrações sem nenhum interesse e os hotéis desconfortáveis não são recomendados.

Para os críticos (extintos nos trópicos), arquitetura é “ismo”. Neoclassissismo, cubismo, neoplasticismo, racionalismo, funcionalismo, modernismo, pós-modernismo, deconstrutivismo, regionalismo, minimalismo, pragmatismo, neomodernismo, hipermodernismo, imobilismo. Qual será o próximo?

Para o suicida, arquitetura é trampolim para o ímpeto. 11 pavimentos de queda livre. Uma eternidade. E segundo os reincidentes, um filme acelerado e de trás pra frente sobre toda uma vida, mas também uma experiência de libertação (tectônica?). Infelizmente, acontece de dar errado, graças à piscina do prédio vizinho, o toldo da mercearia ou o pula-pula inflado nopilotis. E ao invés do encontro com os que tiveram melhor sorte, o intrépido voador tem que se contentar com o corpo inchado, a multidão de curiosos e as piadinhas do porteiro.

Para o grande líder genocida, arquitetura é simétrica. Para cada grande museu saqueado, cada monumento bombardeado, cada torre conquistada em território inimigo, um equivalente wagneriano deve ser erigido em solo próprio, de preferência mais monumental.

Para o pastor, arquitetura já foi pior. É que as garagens, os galpões e as lojas improvisadas eram mesmo muito desconfortáveis. Quentes, sem acústica e apertados, esses espaços exigiam grande empenho do orador e seus súditos sudoríparos. Entretanto, muitos paradigmas foram quebrados graças a essa precariedade: telão, lâmpadas florescentes, cadeiras de plástico, grunhidos eletrificados, data show ePowerPoint. Uma espécie potente de realismo transcendental. Mas, infelizmente, à medida que o dízimo aumenta, essa fase de transgressão criativa diminui, e os novos templos são cada vez mais de espessura histórica pré-fabricada e do reino do Bigness.

Para o padre, arquitetura já foi melhor. Será que queda do número de fiéis é resultado das igrejas cada vez menos impressionantes? Galpão por galpão, melhor o que tem telão?

Para o parto, arquitetura é clínica. Inoxidável, fria, lisa, impermeável e monocromática! Ou seja, antes do maternal colorido, passamos por uma recepção inteiramente esmaltada em verde-água. Em contrapartida, permanecemos algumas horas naquela redoma linda, acrílica, transparente, repleta de oxigênio do mais puro. Nossa primeira casa, e indiscutivelmente a melhor de todas as que virão. Nesses laboratórios pálidos de recém-vida, com janelas escassas, poltronas plastificadas e catracas barulhentas, nascer é ainda um experimento?! Não deveríamos nascer em um jardim ensolarado, calmo e acolhedor? Ou é assim que devemos morrer?

Para a morte, arquitetura é mística. Formas arquetípicas, pirâmides, cúpulas, grandes eixos e perspectivas. Tudo isso disposto como numa maquete perfeita, sobre o tal jardim ensolarado, calmo e acolhedor, com uma pitada de feng-shui, algumas mandalas, cruzes estilizadas, clichês de novela, a indefectível trilha sonora new age e muita favela ao redor.

Para os jornalistas, arquitetura não é notícia. A não ser quando desabam 04 torres de 30 andares ao mesmo tempo, quando a obra do tribunal é superfaturada, quando o arqui-diretor do museu não paga a conta de luz, quando são convidados para a inauguração da loja mais luxuosa do país, quando se deslumbram com os estádiosd’amaiordetodasascopas, quando há rebelião em 57 presídios ao mesmo tempo. Entretanto, com muito custo (R$87,52/cm2) a arquitetura conquista gradativamente um lugar de destaque nos principais jornais. Melhor para os donos dos jornais, que costumam ser também os editores, pois assim podem distribuir a pauta em duas categorias básicas: notícias e anúncios. Arquitetura felizmente se enquadra na segunda.

Para os programadores de software, arquitetura é a estrutura sofisticada e complexa que permite que comandos simples executem ações ou programas extensos e complicados. Para eles, quanto mais eficientes, mais criativas e mais simples forem as “plataformas operacionais”, mais rica será a interação do usuário com o computador. Afinal, é disso que se trata? Mediação eficiente e criativa entre nós mesmos e as coisas enigmáticas que construímos? Ou será somente uma grande metáfora? Windows, Desktop, Firewall, Vista..."



E para os arquitetos, o que será arquitetura?
Postado por: Thais Goetz

terça-feira, 4 de maio de 2010

Background do mês: Pop Art

Sugestão do nosso colega Simão (2° período), esse será o background que ficará no blog por um mês.

A idéia é criar um sistema de trocas constantes em que os próprios alunos darão sugestões, criarão e que nós, bolsistas, escolheremos um por mês para colocarmos aqui.

Aproveitando a deixa, para falar com a gente bastar mandar email (pronoturnodesign@hotmail.com) , fazer comentários por aqui ou pelo twitter (http://twitter.com/DesignUFMG).

Enviem suas dicas, sugestões, críticas, backgrounds, dinheiro, haha, o que quiserem!

Cidade Eletronika


O Eletronika é um Festival de Novas Tendências Musicais, "está sintonizado com as novas tendências da música e incorpora tudo de bom que surge com ela: diversão, arte, comportamento."

Na edição deste ano Cidade Eletronika dialogará com a arquitetura, design, urbanismo e ecologia.

O Cidade Eletronika acontecerá num espaço aberto e coletivo: "vamos transformar a rua num espaço de interação, celebração urbana."

Dos dias 10 a 16 de maio, na Escola de Arquitetura (ufmg) e no Café com Letras, irão acontecer shows, oficinas, mostras, palestras, lançamentos de livros e um picnic urbano.

A programação está disponível no SITE. Corra lá e faça sua inscrição!


Lembrando que todos os eventos do festival são gratuitos.

Por Thais Goetz

terça-feira, 20 de abril de 2010

Oficina II - 3º período

Observem registros de alguns dos trabalhos dos alunos que através do desenho de observação utilizaram pastel e carvão para registras esta luminária, Outro trabalho foi o de reconstrução de objetos observados através de solidos com formas geométricas básicas, como cones, esferas e cilindros.













Por Lucas Vilela

Savoir-forme no Inimá de Paula

Foi feita uma visita à exposição Savoir-forme no Museu Inimá de Paula dia 11 de março, pela turma do Terceiro período do curso de Design UFMG.

"Como atividade da disciplina oficina II, fizemos uma visita à exposição Savoir-forme do artista francês Stéphane Vigny no Museu Inimá de Paula no centro da cidade. A exposição é uma referência ao conceito de "ready made", introduzido por Marcel Duchamp uma vez que o artista propõe um novo olhar e um novo uso para as coisas. "Cadeiraraigné" uma cadeira de escritório que tem os pés alongados que ocupam uma enorme sala e "Vintage", uma bateria criada com tonéis de vinho; são alguns exemplos das obras expostas no Museu. Vigny retira os objetos do seu cotidiano e propõe para eles novas possibilidades estéticas e funcionais. A visita proporcionou aos estudantes o contato com o conteúdo poético e ao mesmo tempo irônico das obras e possibilitou uma reflexão sobre a relação entre forma, conceito e uso dos objetos.
Aproveitamos também para conhecer o Museu e o acervo permanente do artista mineiro que deu nome a instituição. As cores vibrantes, as temáticas variadas e a instalação do ateliê do próprio artista Inimá de Paula, também chamaram a atenção dos estudantes, acompanhe algumas das imagens das obras em anexo.
Foi uma aula rica e proveitosa. Valeu a pena!!!" Maria Luiza Viana - professora da matéria Design II.













Por Lucas Vilela

Design who?

Publicaremos aqui posts sobre duvidas recentes que estudantes de design e futuros estudantes têm normalmente.

Neste em especial, mostraremos uma pequena conversa com a coordenadora do Curso da UFMG, Andrea Franco.

- Quais são as principais diferenças entre o curso de Design gráfico, Design de produto e design para contrução?

- O Curso de Design da UFMG propõe, então, 3 percursos (caminhos) que, necessariamente, devem ser completados com conteúdos dos outros dois percursos, além de outras possibilidades de formação em outros cursos da UFMG e mesmo fora da universidade. São eles:

Design gráfico: compreende o estudo, em profundidade, dos mecanismos gráficos envolvidos no processo de concepção e veiculação da linguagem visual. Cabe ao Design Gráfico: classificar e diferenciar; informar e comunicar; intervir no estado de ânimo do usuário, auxiliando-o no fluxo das suas emoções frente ao mundo que o rodeia. O papel do designer gráfico é visto como comunicador visual, compreendendo: a construção e manipulação de imagens; a concepção gráfica de logotipos e, por extensão, a criação de identidade corporativa; o desenvolvimento de projetos editoriais, o design de embalagens, o design ligado às tecnologias audiovisuais e, por fim, o design expositivo e museografia.



Design de produto: refere-se a atividades ligadas à concepção e desenvolvimento de produtos industriais, em especial aqueles voltados para o mercado de consumo. Chama-se a atenção para a visão de projeto de produtos a partir da abordagem do design centrada no usuário, visto como todo aquele que interage com o produto em seus diversos níveis. Inclui desde o cliente que efetivamente encomenda o projeto, até seus usuários diretos e todos aqueles envolvidos no ciclo de vida do produto. O design de produto é ferramenta fundamental para melhoria dos produtos e conquista (ou manutenção) de mercados, através principalmente de criação de novos atributos de valor aos produtos, sejam estes funções de uso e/ou funções estima (estéticas, simbólicas, emocionais etc.).



Design para a construção: trata-se da concepção de produtos e sistemas visuais “para” a construção. Isto implica na consideração de uma escala que vai, desde o canteiro de obra, até os espaços e equipamentos públicos, como também a sinalização urbana e a museografia. Este percurso propõe o reconhecimento da interligação entre as áreas da Arquitetura e do Design. Neste sentido, cabe um discurso sobre a industrialização da construção, a interferência do espaço urbano, seus objetos e imagens, na vida cotidiana, além de uma reflexão sobre questões atuais como o design para acessibilidade, a quebra das barreiras arquitetônicas, a interferência de ambientes materiais e imateriais, a dicotomia entre os espaços/construções permanentes e aqueles efêmeros, definidos não apenas pelo aspecto provisório, facilidade de montagem e mobilidade da matéria, mas também pela interferência de realidades virtuais, o uso de imagens e sons.

- Porque não existe distinção entre as áreas no curso de Design na UFMG? Diferente da UEMG, por exemplo. Forma-se em Design especificamente e não em Design Gráfico ou de Produto.

No curso da UFMG existe sim a distinção entre áreas de atuação do design, o que não existe é habilitação, ou seja, o aluno se forma designer (de modo global) e não com habilitação nesta ou naquela área. Contudo, ele terá a oportunidade de aprender vários conteúdos sobre 3 áreas de atuação que são caracterizadas como percurso, ou seja, “caminhos a serem trilhados” durante o curso a critério do aluno. Esta opção de formação do curso de design se deve ao fato de acreditarmos que, atualmente, é necessária, cada vez mais, interação entre as áreas de atuação, já que para se chegar a melhores soluções é importante o diálogo estreito entre os profissionais. E nada melhor para essa aproximação do que o estudo de conteúdos de outras áreas e a vivência com professores e colegas que escolhem trilhar caminhos diferentes.

Por Lucas Vilela

Quem, por que, quando, onde, como?

Esse Blog foi criado pelos bolsistas do Programa Pró-Noturno do curso de Design da UFMG. Será uma experiência, uma tentativa de Criar um espaço para discussão sobre design, arte, arquitetura e demais áreas que conversam com o design. Será também uma vitrine do curso, do que está sendo feito pelos alunos, do que acontece na universidade, na cidade; dicas sobre os programas culturais, mostras, exposições e talvez, um pouco do nosso olhar sobre aquilo que nos interessa.

Sejam bem-vindos! Dicas, sugestões, críticas Serão sempre bem-vindos!