terça-feira, 20 de abril de 2010

Design who?

Publicaremos aqui posts sobre duvidas recentes que estudantes de design e futuros estudantes têm normalmente.

Neste em especial, mostraremos uma pequena conversa com a coordenadora do Curso da UFMG, Andrea Franco.

- Quais são as principais diferenças entre o curso de Design gráfico, Design de produto e design para contrução?

- O Curso de Design da UFMG propõe, então, 3 percursos (caminhos) que, necessariamente, devem ser completados com conteúdos dos outros dois percursos, além de outras possibilidades de formação em outros cursos da UFMG e mesmo fora da universidade. São eles:

Design gráfico: compreende o estudo, em profundidade, dos mecanismos gráficos envolvidos no processo de concepção e veiculação da linguagem visual. Cabe ao Design Gráfico: classificar e diferenciar; informar e comunicar; intervir no estado de ânimo do usuário, auxiliando-o no fluxo das suas emoções frente ao mundo que o rodeia. O papel do designer gráfico é visto como comunicador visual, compreendendo: a construção e manipulação de imagens; a concepção gráfica de logotipos e, por extensão, a criação de identidade corporativa; o desenvolvimento de projetos editoriais, o design de embalagens, o design ligado às tecnologias audiovisuais e, por fim, o design expositivo e museografia.



Design de produto: refere-se a atividades ligadas à concepção e desenvolvimento de produtos industriais, em especial aqueles voltados para o mercado de consumo. Chama-se a atenção para a visão de projeto de produtos a partir da abordagem do design centrada no usuário, visto como todo aquele que interage com o produto em seus diversos níveis. Inclui desde o cliente que efetivamente encomenda o projeto, até seus usuários diretos e todos aqueles envolvidos no ciclo de vida do produto. O design de produto é ferramenta fundamental para melhoria dos produtos e conquista (ou manutenção) de mercados, através principalmente de criação de novos atributos de valor aos produtos, sejam estes funções de uso e/ou funções estima (estéticas, simbólicas, emocionais etc.).



Design para a construção: trata-se da concepção de produtos e sistemas visuais “para” a construção. Isto implica na consideração de uma escala que vai, desde o canteiro de obra, até os espaços e equipamentos públicos, como também a sinalização urbana e a museografia. Este percurso propõe o reconhecimento da interligação entre as áreas da Arquitetura e do Design. Neste sentido, cabe um discurso sobre a industrialização da construção, a interferência do espaço urbano, seus objetos e imagens, na vida cotidiana, além de uma reflexão sobre questões atuais como o design para acessibilidade, a quebra das barreiras arquitetônicas, a interferência de ambientes materiais e imateriais, a dicotomia entre os espaços/construções permanentes e aqueles efêmeros, definidos não apenas pelo aspecto provisório, facilidade de montagem e mobilidade da matéria, mas também pela interferência de realidades virtuais, o uso de imagens e sons.

- Porque não existe distinção entre as áreas no curso de Design na UFMG? Diferente da UEMG, por exemplo. Forma-se em Design especificamente e não em Design Gráfico ou de Produto.

No curso da UFMG existe sim a distinção entre áreas de atuação do design, o que não existe é habilitação, ou seja, o aluno se forma designer (de modo global) e não com habilitação nesta ou naquela área. Contudo, ele terá a oportunidade de aprender vários conteúdos sobre 3 áreas de atuação que são caracterizadas como percurso, ou seja, “caminhos a serem trilhados” durante o curso a critério do aluno. Esta opção de formação do curso de design se deve ao fato de acreditarmos que, atualmente, é necessária, cada vez mais, interação entre as áreas de atuação, já que para se chegar a melhores soluções é importante o diálogo estreito entre os profissionais. E nada melhor para essa aproximação do que o estudo de conteúdos de outras áreas e a vivência com professores e colegas que escolhem trilhar caminhos diferentes.

Por Lucas Vilela

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